E eu...

Eu iria escrever.
Eu iria sentir.
Eu iria tentar.
Eu jurei te amar.
Mas...tô com preguiça, passa amanhã.

Felicidade vira pó

Felicidade corre em minhas veias
Entrou pelo nariz
Pura excitação em pó.
Viagem dentro de mim
Já não me sinto só.
Com ela, até vejo flores.
Mas, quando tudo passa
Tudo volta a ser como antes,
Inconstante,
Novamente, minha felicidade ficou distante.

Testemunhe

Crucifique-me
Como um Cristo de cada esquina
Veja-me
Como o mais novo velho escravo
Querem-me
Dentro de um caixão, queimando
Purifique-me
Com toda a sua culpa
Daquele café frio,
Tiro todo o vocabulário que se mostra pra ti
Mexa-se
Porque todos nós estamos num filme sem mocinhos
Impunes
Da sensação rotineira
TESTEMUNHE.
E saiba que é melhor trancar a porta...
Sim, o preço é alto, que está em nossas mãos
Sim, quem já comandou o passado
Pede licença pra dominar o nosso futuro.
TESTEMUNHE.
Testemunhe toda essa merda,
É melhor trancar a porta.

Mais do Mesmo

Vai.
Volta.
Ia.
Foi.
Mudança.
Igual.
Bem longe.
Tão perto.
Meu presente.
Nosso passado.
És tão cedo.
Está tarde.

Se identifique

Festa estranha,
Pessoas esquisitas,
Um cheiro de álcool fudido.
Era pra eu estar aqui mesmo?
Barulho.
Música alta e jovem.
O novo hit de um garotinho de 16 anos...
Gritos.
Drogas.
Fumaça por todo lugar...
Garotas rebolando, roçando nas virilhas alheias...
Bom...se identificou?

Não estou falando de amor.

Ei gata, sente aqui, vamos conversar.
Ah, precisamos realmente...conversar.
Quando eu te conheci, logo percebi que, só você seria capaz de me ajudar...
Hã? Que papo é esse d'eu te amar?
Não, 'godinha', só quero uma grana...tem como me emprestar?

...

A raiva é uma dádiva

Rasgue tudo, procure, pise, destrua, não perca tempo.
Cuspa, xingue, bata, arranhe, não reprima nada.
Se puder fazer sangrar, nem pense duas vezes.
Grite sempre, não ligue pra consciência, ela é o seu freio que está gasto.
Recrimine, hostilize tudo, não deixe nada escapar pelos seus olhos.
Seje mal, diga o quanto ela está gorda e feia, o quanto ele é infantil e superficial
Não esconde seus defeitos, não isente sua culpa, porque é assim que se deve fazer.
Relacione força com machismo, sexo casual com feminismo,
Perda de tempo com homossexualismo, e o preconceito...Bom, deixe-o fluir.
A bebida é seu combustível, o cigarro sua evasão, o sexo se torne explosão.
Ah sim, a raiva é uma dádiva.
Porque amor já foi outrora minha perdição.

Politicamente incorreto.

 Uma moral, e bons costumes não me levaram à lugar algum. Valores aprendidos desde o tempo da vovó hoje estão empoeirados, como um VHS. Falar de amor é arriscado, escrachado, recriminado, fadado. Autodidata na matéria da vida, que ainda peca e muito. A solução é só multiplicar, não se preocupar com o dividir. Vendo tudo isso, ele quer fazer sangrar. Chuta pro alto todos os possíveis "se..." e tem um amargo sentimento na boca e no coração.
 Seus novos amigos são a bebida, e um cigarro porque, ninguém é de ferro. Não pensa, fala. Não apanha, bate. Não é a rosa, se tornou os espinhos. Sua prazer se limita em ver o quanto consegue beber sem pegar no sono, em ver um jardim destruído por suas mãos, em matar um simples animal, só pra sentir o poder do julgar, decidir, e aniquilar.
 Quem o olha, e o admira/odeia, sabe que, muito inteligente ele é. E que suas escolhas são mutáveis, que ele pode voltar a ser o bobo ultraromântico de outrora. E ele quer ser novamente pisado pelos mesmos que o julgaram, decidiram e aniquilaram como um animal?

Voa.

Saí do chão.
Mas não sei voar.
Olhos fechados
Com aquele velho medo do decolar.
Nem imagino onde tudo isso vai me levar
A vertigem vem,
Me tira a razão
E enfim, se torna paixão.

Belo dia frio cinzento.

  Acorda com um belo céu azul. Sol lá no alto. Um novo dia começou, e que não se repita o cinza de ontem, e o roxo amanhã.
 Cabeça erguida, sorriso no peito, coração aberto na boca...
 Será diferente.
 Seu dia até seria perfeito, se não fosse um mero detalhe: TODOS em sua volta.
 Cada um, lhe rouba uma cor do seu dia, lhe dá um motivo pra deixar de sorrir, e faz o coração aberto se envenenar, de um modo tão intenso e gradativo... que você nem repara que a noite chegou.
 E então a noite chega, pra te lembrar que logo mais, tudo perde a cor. A cada mísero belo dia.

Bem vindo de volta.

A vontade impeda a razão.
Se quero, desejo, sigo em frente então.
Mente vazia, coração cheio
Tudo que vivo agora, se resume em devaneios.
O silêncio me preenche
Não me fere
Me consente.
Aquela velha doença, estã me mim, em ti
No universo.
Lutar contra ela? Quem terá sucesso?
Só sei, que estou de volta.
De volta ao lugar que NUNCA deveria ter saído.

Pra você.

Isso.
É isso que te deixo.
Foi isso que me deu, e terá isso.







...

Blábláblá

Não se lamente, pequena.
Quem sabe, eu teria motivos pra tanto.
Não lamente, pequena.
A vida é assim.
E eu sou duro, a vida então...
Saiba que amor, tinha aqui.
E hoje? Quem sabe, só quero que SAIA LOGO DAQUI.
Se ontem não tinha espaço contigo...
Hoje, você não tem aqui, comigo.
Essa é sim, a sua tão querida liberdade.
Suas responsabilidades.
Não diga que não te avisei.
E deixe de blábláblá, ok?

TUDOTUDOTUDOTUDOTUDOTUDOTUDO IGUAL.

Essa história eu já vi
Senti, chorei, também vivi.
Esse coração não bate, só apanha.
Sabe o quanto toda situação o fere, o envenena, arranha...
Ela será a mais nova sensação?
Ou vem a ser a minha mais nova decepção?
Não sei.
Não vou ver.
Mas, vou pagar pra ver.
E será que ela vai me deixar...

Ou, será, tudo. Tudo, tudo...igual?

Acordem.

Amor não enche barriga.
Amor não te esquenta no frio.
Amor não te faz viajar.
Amor não te faz pleno.
Amor não te faz ser você.
Amor não te dá liberdade.
Não se vive de amor.
E por que erro tanto?

...

Big Bang

Exploda.
Queima,
Rapidamente.
Nem adianta se ajoelhar, e rezar.
É já começou a revolução.
O julgamento.
Nem tente fugir.

Cinza.

As coisas não me satisfazem mais.
As coisas não são tão mágicas como antes.
Não me sinto anestesiado, com mais nada.
Nada tritura, esmaga, e fere.
Vejo tudo cinza.
Borrões coloridos, às vezes.
O frio deixou de ser congelante, e o calor, não é escaldante.
Os vícios não viciam.
O palco está vazio.
Tudo e Nada, são um só.
Tudo faz sentido.
Quem sabe, eu morri.
Não. Pior.
Quem sabe, eu acordei.

Preto no Branco.

O silêncio vai dizer tudo.
Ouça.

Seco.

O amor não me limita mais.
Inconsequência consequente?
Não é mais o sucesso.
É a ausência do fracasso.
Boêmia de espírito.
TOTAL.
O lado seco, indiferente e negro, consome.
A esperança que move o mundo é saber quando tudo tem o desfecho.
Aprendizado não tem mais graça.
Não tenho mais saco, pra quem vive e disfarça.

Talvez.

Passam por mim, sem dizer oi.
Me olham, não mais, nos olhos.
Cumprimentam, não mais por prazer, mas sim por educação.
Passos rápidos, não mais por simples prazer de correr, mas o simples fato de precisar correr, por uma obrigação.
Talvez, seja o tempo.
Talvez, isso seje o fato de nós estarmos crescendo.
Talvez, eu esteja ficando velho.
Talvez, eu esteja aprendendo agora, que, as pessoas mudam.
Talvez, eu tinha esperança.
Talvez, existia um talvez.

...